Comecei a cantar aos 6 anos de idade com a minha irmã para ganhar um saquinho de balas nos shows do bairro, mas cantava com os olhos fechados pois tinha uma vergonha enorme, todavia a primeira vez que cantei e encarei um público de frente foi no curso primário, cantando a música “Bat Masterson” (link:
http://www.youtube.com/watch?v=NCpJLUKY_rw), onde fomos todos à frente e, aos poucos, eram retirados, um a um, pela professora, quando dei por mim, estava sozinho à frente e todos os colegas acompanhavam com palmas, acho que foi aí que caiu a minha ficha;
Quanto ao teclado, eu toco a dois anos e meio, aproximadamente, mas foi um acidente de percurso, pois a maioria dos tecladistas eram “free lancers” e depois de um determinado tempo, depois de todo o repertório ensaiado, sempre saiam da banda, assim sendo não tive outra alternativa, comprei um teclado e entrei na escola para aprender os primeiros acordes.
Nome completo: Lauro Molina, nascido em São Paulo/SP, no bairro de Santa Isabel, próximo a Vila Formosa;
Qual o seu brinquedo preferido na infância?
Na minha infância meu brinquedo preferido era uma bicicleta que pouco durou, pois a minha irmã mais velha cuidou de quebrá-la, depois veio o velho e veloz carrinho de rolemãs, onde aprendi a engraxá-las com resto de graxa dos posto de gasolina para dar maior velocidade nas descidas. Era muita adrenalina véio!
Quando passou a interessar-se por música?
Passei a interessar-me por música, com mais afinco, aos 18 anos, quando comprei o meu primeiro violão em sociedade com o meu irmão que, por ironia do destino, era canhoto e, assim sendo, virávamos as cordas a cada semana, (era uma semana de cada um...) O mais gozado é que, após uma discussão, (pois ele atravessou minha semana, para fazer um som com um amigo que chegara do Rio de Janeiro) quebramos ele em dois pedaços, eu fiquei com o braço e ele ficou com o tampo, mas a teimosia e o gosto musical dos dois não morreu por aí... Em alguns dias estávamos com outro violão e deparei com o meu irmão tocando-o com as cordas de forma destra... Nunca mais brigamos por isso, pois eu percebi que ele também gostava tanto quanto eu. Foi mais ao menos nessa época que comecei a fazer as minhas primeiras versões, aprendendo a fazer as vocalizações juntamente com o meu irmão, onde imitávamos a turma da Jovem Guarda, como o Roberto Carlos, Golden Boys, Vips, até mesmo os Beatles que, através das músicas do “Renato e Seus Blue Caps”, também parafraseavam os Beatles. Assim, fomos aperfeiçoando nossos vocais a cada nova canção. Às vezes eu começava uma música no banho e ouvia a voz do meu irmão no refrão, duetando, com a mesma técnica e perfeição de um grande ensaio. Bons tempos...
Incentivo: Fui incentivado por meus vários amigos de infância, pois os sonhos, basicamente, eram os mesmos, ou seja, formar um conjunto musical como os eletrizantes amigos de Liverpool e enquanto "alguns alienígenas" falavam de futebol e de Pelé, nós trocávamos informações e aprendíamos novos acórdes. Um dos meus melhores amigos de infância, que agora é meu compadre, chamado Nivaldo (hoje piloto de avião "O grande comandante Vicente"), numa bela tarde de sol, resolvemos formar um conjunto e batizamos o mesmo de “Spider’s”. Fazíamos somente músicas soladas, pois não tínhamos equipamento de voz e as dificuldades eram enormes, pois estávamos em um atraso cultural e musical de, aproximadamente, dez anos com relação ao resto do mundo, ou seja, não havia esta globalização nem tão pouco as interações online da internet. O Nivaldo, com o passar dos anos passou a integrar o Conjunto “Young Rebel’s” como guitarra-base, juntamente comigo e o Toninho.
Formação profissional: Cursei música pela Ordem dos Músicos do Brasil, pois não tinha grana para pagar e o curso era gratuito. Depois estudei no Conservatório “Guiomar Novaes”, mas as dificuldades de horário e a incompatibilidade com a vida familiar (a gurizada tinha que comer), fez com que eu abandonasse o curso para dedicar-me ao trabalho noturno de “crooner” (
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crooner) nas boates das noites paulistanas, durante a noite eu cantava nas boates e durante o dia, vendia sapatos... Era uma vida sofrida, mas nunca desisti de meus intentos e a minha maior escola terminou sendo a convivência com vários músicos e a própria vida.
Vocação musical: Acho que o meu primeiro choro já estava embasado no pentagrama, pois o meu velho pai, muitas vezes acompanhou-me, batendo em uma caixa de fósforos ou mesmo em uma caixa de frutas vazia. Uma vez ele ensinou-me a segurar duas colheres de sopa de forma que, ao bater na palma da mão, tirasse um som semelhante a de uma castanhola. Como ele era espanhol achava que o som tinha a ver com suas origens... Hoje eu já não sei de onde ele tirou isso.
Quais Instrumentos você toca?
Além do teclado e violão, arranho também gaita de boca mas é um instrumento que nunca aprofundei conhecimentos, pois percebi que meus animais (gatos, cachorros, agapórnes, - toda cadeia alimentar, possível e imaginável - etc...), assustavam-se com a sonoridade desse instrumento, ou seja, evito tocar este instrumento em casa.
Não tenho habilidade com instrumentos de sopro tipo: saxofone, piston, tuba ou mesmo clarinete, mas são instrumentos que gostaria de ter aprendido a tocar. Quiçá um dia eu compre algum desses para ver no que dá.
Bandas que excursionou anteriormente:
Trago em minha bagagem várias passagens musicais interessantes, pois, como eu já citei anteriormente, passei pelos “Spider”s”, depois pelos “Ever’s”, “Young Rebel’s”, “Apotheose”, “Metamorfose”, etc... Todas bandas de garagem.
No início dos anos 80, não lembro exatamente em que ano foi, ainda na formação da “Banda Apotheose” tive minha primeira experiência musical em Estúdio, participando como intérprete e arranjador na gravadora “GPS”, onde fazíamos arranjos musicais para vários artistas, alguns novatos e outros experientes, e foi exatamente nessa época que gravei a música “Complexo” um rock de autoria de Luiz Valle (solista da Banda na época) e ”Pensando em Você” um blues de minha própria autoria. Na divulgação dessas músicas conhecemos o cantor Júlio César, que estava estourando com as músicas “Vou te Buscar Maria” e “Tú” e foi nesse embalo musical que viajamos com o “Cast” da gravadora RGE para Belo Horizonte... Foi tudo muito divertido e gratificante, pois além de ficarmos hospedados no “Hotel Lorman” que era considerado, à época, como um hotel 5 estrêlas, estávamos em contato direto com artistas como Peninha, Célio Roberto, Carlos Alexandre, Júlio César, etc... Era a vida que pedíamos à Deus! Mas isso tudo nunca subiu à nossa cabeça, pois sabíamos das nossas origens e só queríamos conquistar o nosso espaço. Um dia, porém, veio a Era Disco e, novamente, tivemos que parar e repensar em tudo.
Aonde já se apresentou?
Já nos apresentamos no “Programa Tony Dilson” com a “Banda Young Rebel’s”, cantando “Gipsy Woman” (
http://letras.terra.com.br/hyland-brian/1651718/) na antiga TV Gazeta no ano de 1972. Nessa época, da nossa formação atual, estávamos, eu e o Toninho Marmo. Foi muito legal! Também já abrimos show para a “Banda Dimensão 5” que era considerada uma das melhores bandas de baile da época
Fez algum trabalho solo?
Fiz vários trabalhos solos, mas nunca saímos dos ensaios, pois sempre, por algum motivo não havia continuidade. Houve um período de recesso que eu e o Toninho passamos a tocar “Chorinho”, “Samba” e “MPB”, pois a maré não estava para peixe no meio e a música eletrônica passava a dominar quase todos os segmentos e foi exatamente nessa entre-safra que eu comecei a desenvolver com maior assiduidade as minha criações, compondo, até mesmo, uma música em homenagem ao meu amigo Toninho, que toda manhã acordava-me com o som do seu cavaquinho e saíamos junto com os meus cunhados e alguns amigos para tocarmos pelo Parque da Carmo afora ou em algum lugar que parávamos para degustar de uma boa cerveja. Como vocês já viram, acho que só vou parar de tocar e cantar quando eu morrer.
E com a banda Arquivo MP3?
Estou na banda desde seus primórdios, pois sou um dos fundadores da “Banda Arquivo MP3” e, juntamente com o Toninho, Cláudio, Eduardo e Fabinho, somos oriundos da “Susie Q” (
http://letras.terra.com.br/creedence-clearwater-revival/63476/), todavia, cada qual, com certeza, tem sua história marcada pela ótica das coisas que só o tempo e espaço proporciona.
A melhor música tocada pela banda na tua opinião:
A criação do nosso novo “BLOG”, a alimentação e engendramento da criação da Adriana e Marcelo Silvestre. Fantásticos, tanto nas fotos de reportagem como nas filmagens e sonorização. Sempre muito criativos.
QUESTÃO DE FEELING E GOSTO
Rock é... um gênero musical que ganhou um estilo de vida própria.
Estilo musical que tem dificuldade em aceitar...“funk” (aquele que não tem letra a não ser um monte de baboseiras e uma voz de taquara rachada de alguém cantando. Francamente isso não dá).
Melhor banda de todos os tempos: BEATLES
Melhor banda ou cantor da atualidade: Jon Bon Jovi
Playlist: (as 5 preferidas)
1- You And I (Scorpions) link:
http://letras.terra.com.br/scorpions/35391/2- Still Got The Blues (Gary Moore) link:
http://letras.terra.com.br/gary-moore/26929/3- Hazard (Richard Marx) link:
http://letras.terra.com.br/marx-richard/24767/4- A Whiter Shade Of Pale (Procol Harum) link:
http://www.youtube.com/watch?v=Mb3iPP-tHdA5- Summer Of 69 (Bryan Adams) link:
http://letras.terra.com.br/bryan-adams/784/+ DO LAURO
Queria ser uma ave para poder voar e observar o mundo do alto com todos os seus defeitos e virtudes, tudo isso ao som do solo de uma guitarra.
Seu diferencial na banda: O meu diferencial na Banda é poder compor e saber vocalizar qualquer gênero musical.
Loira ou Morena? Ambas, desde que amem e sejam mulheres...
Dó –Re – Mi – Fá – Sol – Lá – Si : Sol, pois lembra-me o aquecimento e a amplitude de seus raios em nossas vidas, mas em tese, todas, pois sem estas notas musicais não existiria o mundo musical que hoje conhecemos e vivemos.
Sacudindo a poeira...Lambendo as feridas e dando a volta por cima
Uma rebeldia: Lutar contra todos os conceitos pré-formados e não abalizados.
Uma lembrança boa: O primeiro beijo da adolescência com toda a pureza do amor.
Uma frase: “Nunca deixe de lembrar-me que eu jamais lembrarei de te esquecer”
Sinto falta... de coisas que eu nunca tive, pois eu não sei como seria se as tivesse.
Agradecimentos:
Agradeço à Deus por mostrar-me o passado, deixar-me conhecer o presente e poder aguardar pelo futuro, pois perdi vários amigos, no decorrer da minha vida, que não puderam presenciar nada disso.
E tenho dito.
Lauro Molina (Molina Keys)
Baterista, 30 anos
