quarta-feira, 28 de março de 2012

Na Terra dos Titãs

Por Marcelo Silvestre
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Titãs – Masculino
Titânides – Feminino
Titamanoquia – Na mitologia grega, batalhas fenomenais aconteceram por mais de dez anos no topo do Monte Olimpos. Nesta luta ferrenha pelo poder houve até confronto de pai contra filho.
 
Fúria de Titãs – De um lado Zeus (filho) – liderou deuses olímpicos, gigantes e outras entidades gregas – onde, desta união, exauriu com a tirania de seu pai, Cronos, líder dos Titãs. Em guerra de Titãs, só os deuses se metem. E eu não quero comprar esta briga.

Cabeça Dinoussauro: mito ou realidade?
30 Anos – Parto do princípio que mito só deixa de sê-lo quando é desvendado. Há mitos que duram uma eternidade, até que se prove o contrário. Entre mitologias e mitos, prefiro a aliança Titânica aos anéis de Saturno. Esta aliança de qual estou falando acontece num momento histórico, nada mitológico – ainda. Mas talvez um tanto mesozoico. Comparando com a mitologia grega – onde as lutas eram travadas no topo do Monte Olimpos –, aqui na Terra, a ascensão é no Palco da Fama. Este fato, de subir de palco em palco, culminou nas três décadas de carreira da banda Titãs.

A partida – O grupo teve sua formação inicial com nove integrantes, em 1982. Seus fundadores são: André Jung, Arnaldo Antunes, Branco Mello, Ciro Pessoa, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto.  

Pra dizer adeus – A desfragmentação foi acontecendo gradativamente ao longo desses trinta anos. Primeiro ocorreu a substituição do baterista André Jung por Charles Gavin.
Passados dois anos da aliança Titânica, e logo terem finalizado o primeiro álbum, Ciro Pessoa coautor de Sonífera Ilha e cooperador constante de várias letras deixa o grupo e funda outra banda.

Subiu a Cabeça, baixas na banda – Sete anos depois veio o grande sucesso com o disco Cabeça Dinossauro. Em seguida houve a saída de Arnaldo Antunes, criador de muitas das letras do grupo. Um Titã a menos na banda, que optou por seguir carreira solo.
>>> Prestes a entrar no estúdio para gravarem o 13º disco, um acontecimento marcante – e trágico – ocorreu, o atropelamento por moto em São Paulo eliminou outro Titã, Marcelo Fromer. Em seguida, outro integrante abandona o grupo e vai se dedicar a carreira solo, Nando Reis. O batera Charles termina essa face de desfragmentação ao deixar a banda em 2010. Quem o substitui convidado para acompanhar os Titãs nas turnês foi o baterista Mario Fabre.

Empolgação Geral O público
quer mais: "Toca Titã
ããããs"
Euforia – Três décadas depois de sobes e desces de palcos olimpos, temos quatros remanescentes Titãs. Imaginamos que nesta fase o entusiasmo é pouco, uma pequena chama. Engano nosso. Os velhinhos roqueiros têm se mostrados muito eufóricos. Tamanha são a alegria e entrosamento deles no palco, contagiam seus fãs e todo o público que aos assistem. A não ser por um fato isolado, o Titã Sergio Britto, que mantem uma postura um tanto serena. O que não interfere no elenco todo.

Vocal - instrumento de trabalho – O que mudou dos tempos do Olimpo para os dias atuais? Muitas coisas. E em todos os sentidos.
>>> Na Era Mitológica os instrumentos de batalha eram raios, espadas, objetos que soltavam fogo e outros. Hoje enfileiram pelos palcos outros instrumentos: guitarras, baixo, teclado, bateria.
>>> Os Titãs têm apresentado novas músicas neste show Cabeça Dinossauro que seguem celebrando os trinta anos de carreira, uma delas, Vivo Morto. O moribundo não tem nada a declarar sobre o single. Os Titãs também não. Eu? Prefiro me fazer de morto.
>>> Fica então, a saudade dos velhos e bons Titãs. Os dinos do rock não mantém aspecto jovial de épocas passadas, mas o som está inabalável. Acho até que houve uma melhora. Apesar das mudanças de funções (quem não tocava, hoje toca) estão com boa afinação. Como diz Marcelo D2: “Com a Batida Perfeita”.


Grito de liberdade – Tal qual Zeus se rebelou contra o próprio pai Cronos, os Titãs dos palcos protagonizaram a própria rebeldia musical – e juvenil –, na década de 80. Muitas de suas músicas eram carregadas de protestos contra o Estado (família, governo, sociedade).
Protesto "Fora Corruptos!" "Vão se f..."
>>> Esta adoração por música-protesto sempre fez a cabeça dos jovens, dentre eles os universitários. A predisposição por utilizá-las em manifestações, também. Quem nunca escutou o refrão “Vem vamos embora, que esperar não é saber // Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”? Ela é de autoria de Geraldo Vandré, que muitos nem sabem quem é.


>>> Atualmente, com políticos tão corruptos e suas falcatruas expostas pela mídia, porém, sem boas bandas que seguem esta linha de gritar por uma sociedade mais justa, os jovens do nosso mundo moderno ficam às minguas. Digo. Não está difícil de os Titãs arrebanharem uma leva desses adolescentes geração “facetwitters”, que se vêm nos shows da banda, uma maioria deles, entre catorze e vinte e poucos anos se mostrarem tão, ou até mais, empolgados do quê os próprios fãs “entões”.

Aliança Titânica – Raios, ventos, água, fogo. Apolo, Adonis, Aflodite, Eros. Guitarra, Baixo, Teclado, Vocais. Branco Mello, Paulo Miklos, Sérgio Britto, Tony Bellotto. André Jung, Arnaldo Antunes, Ciro Pessoa, Nando Reis. Esses são os elementos de uma aliança, onde, há a promessa de os ex-Titãs fazerem participações especiais na celebração dos 30 anos de carreira. Estão previstas aparições nos shows de comemoração Cabeça Dinossauro. Como Zeus uniu-se aos deuses olímpicos para vencer a batalha derradeira, apostamos na aliança Titânica para encerrar este ciclo – e começar outro. Resta saber quantos Titãs estará de pé no trunfo final.
Aliança Titânica "O pulso ainda pulsa"
>>> Fica as perguntas - Até quando? Quem saberá? Continuará a luta no céu? Aguarde e verá.>>> Afinal de contas: são todos Titãs, em terra de Titãs.
Cabeça Dinoussauro - 1986